sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Campeonato Argentino adiado por dívidas

O Torneio Apertura do Campeonato Argentino, previsto para começar hoje foi adiado em razão das dívidas de muitas equipes com jogadores.
A federação determinou que os torneios das categorias profissionais começarão quando todos os clubes tiverem regularizado sua situação com o sindicato local de jogadores.
Segundo o presidente da AFA, Julio Grondona, seis das 20 equipes da primeira divisão têm dívidas com jogadores atualmente no elenco e com outros que já saíram.
O secretário-geral do sindicato de jogadores, Sergio Marchi, avisou aos dirigentes que, se as dívidas não forem pagas, o Apertura não poderia começar.
A imprensa argentina calcula que 30 clubes das três principais divisões devem aproximadamente R$ 20 milhões.
Cogitou-se até a possível compra, pelo governo da Argentina, dos direitos de transmissão do futebol pela TV, mas isso provocou uma reação da oposição à presidente Cristina Kirchner, que a fez desistir da idéia
O governo federal pretende apenas ser um mediador de um novo contrato que leve o campeonato nacional à TV aberta. A AFA avalia que o acordo não pode ser inferior a 500 milhões de pesos (R$ 240 milhões) anuais, embora creia que possa chegar a 600 milhões. Na terça, a AFA rompeu o contrato que perdurava havia 18 anos com a TSC, sociedade entre a empresa de marketing esportivo Torneos y Competencias e o Grupo Clarín. No período, as transmissões ficaram confinadas à TV paga. A dívida total dos clubes chega a 700 milhões de pesos (R$ 335 milhões) - quase a metade se refere a débitos com o fisco, que poderiam ser anistiados. Nesta temporada, a TSC (cujo contrato expirava em 2014 e previa o pagamento de R$ 110 milhões anuais) ofereceu um reajuste de 16%, considerado insuficiente por Grondona.Com a renegociação contratual, a AFA obteria incremento de 120% em relação ao que recebia pelo acordo anterior.
Vamos as comparações: no Brasil os times de futebol da Série A recebem, pelos direitos de transmissão em TV aberta e fechada, cerca de R$ 340 milhões anuais - considerado só o valor da TV aberta, caso da Argentina, são R$ 200 milhões.
Vale acrescentar a lista dos clube e suas dívidas com a União (INSS, FGTS, PIS, entre outros tributos) e ver que aqui o rombo é bem maior:
Flamengo - R$ 180 milhões
Botafogo - R$ 160 milhões
Fluminense - R$ 155 milhões
Portuguesa/SP - R$ 145 milhões
Atlético-MG - R$ 112 milhões
Grêmio - R$ 80 milhões
Vasco - R$ 70 milhões
Santos - R$ 62 milhões
São Paulo - R$ 43,2 milhões
Cruzeiro - R$ 32 milhões
Corinthians - R$ 30 milhões
Bahia - R$ 30 milhões
Palmeiras - R$ 27 milhões
Coritiba - R$ 20 milhões
Figueirense - R$ 6 milhões
Em 2008, nosso governo federal ajudou a criar a Timemania, loteria que faz com que os clubes arrecadem dinheiro para quitar as dívidas. Dupla falta de sorte dos clubes argentinos, pois nosso futebol é bem melhor que o deles e nosso governo é bem mais generoso com erário do que o de lá.

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